Tempo de estudo aumenta o salário, diz pesquisa




Segundo a pesquisa “Você e o Mercado de Trabalho”, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a cada ano de estudo completado o salário dos brasileiros pode subir 15%. Além disso, as chances de arrumar emprego aumentam em 3,3% por ano de estudo finalizado. Os resultados da pesquisa evidenciam as relações entre educação e ascensão social. No entanto, para ampliar as possibilidades de ocupação e renda, é preciso investir além dos níveis fundamental e médio de ensino.
O estudo da FGV indica que a taxa média de ocupação de uma pessoa que nunca estudou, por exemplo, é de 59%. Esse índice sobe para 90% quando se fala de brasileiros com 18 anos de estudo, o que inclui profissionais com mestrado e doutorado. A mesma teoria foi comprovada em relação à média salarial dos brasileiros.
Apesar das jornadas de trabalho ser similares, as diferenças salariais podem chegar a R$ 4 mil. Enquanto quem nunca estudou recebe, em média R$ 392,14, aqueles que possuem título de mestre ou doutor ganham, em média, R$ 4.454,69.
O coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, relata que os dados confirmam o chamado fenômeno de retornos crescentes. “Em geral, pessoas com baixa educação ficam presas à armadilha de que estudar pouco é suficiente. Isso é um equivoco”, afirma o coordenador. Segundo ele, para alcançar altos retornos, é preciso percorrer toda a trajetória educacional.
As maiores taxas de retorno da educação, segundo o coordenador, estão nas regiões com maior escassez de mão-de-obra qualificada. “No Nordeste, por exemplo, o índice de retorno é de 17% a cada ano de estudo. Já no Sul - região com o número maior de pessoas educadas - a média é de 12%”, exemplifica.
Neri aponta a educação como principal porta de entrada para as classes de rendas mais altas. Mas, na opinião dele, a vantagem comparativa ainda está no ensino superior. “O acesso às universidades brasileiras é mais restrito do que em outros países da América Latina”, afirma ele. Enquanto a taxa média de estudantes de 18 a 24 anos integrados ao sistema de educação superior na América Latina e no Caribe é de 24%, o Brasil mantém apenas 13,2% da população jovem na graduação. “Isso explica parte da desigualdade social no País”, explica ele.

Fonte: http://fgv.faculdadescoc.edu.br/index.php/news/details/30/tempo-de-estudo-aumenta-o-salario-diz-pesquisa