Como faço um diagnóstico correto para montar grupos que sejam produtivos?


O primeiro passo é pensar no conteúdo a ser ensinado e nos objetivos específicos da atividade. Só depois de ter claras as duas informações, é hora de verificar o que a turma já sabe, o que se alcança com a investigação do nível de conhecimento de toda a classe e de cada aluno individualmente.

De acordo com César Coll, a aprendizagem sempre tem como base conceitos, concepções, representações e conhecimentos construídos durante as experiências prévias dos estudantes. "Isso é o que condiciona em um alto grau o resultado da nova aprendizagem", explica ele no livro Aprendizagem Escolar e Construção do Conhecimento.

Esse mapeamento é o ponto de partida das ações do professor e o que dá apoio para a divisão em grupos, em que se reúnem os que têm condições de trocar em determinada tarefa.

Quanto mais se sabe sobre o nível de conhecimento da garotada e o conteúdo a ser ensinado, mais produtivo é o agrupamento. Por isso, não basta fazer um diagnóstico no começo do semestre.

A sondagem individual tem de ser repetida ao longo do ano, e o desempenho de cada um, acompanhado de perto em observações e na análise das produções.

Diferentes conteúdos exigem variados tipos de diagnóstico. Para verificar o que as crianças sabem sobre o basquete, por exemplo, nada melhor do que primeiro propor que assistam a uma partida e façam comentários.

Em seguida, entregar uma bola a elas e deixar que mostrem esse conhecimento na prática, em quadra.

Outro exemplo: para verificar como os recém-chegados à pré-escola escrevem e o que pensam sobre o sistema de escrita, o ideal é analisar o que produzem tendo lápis e papel nas mãos.

Há a necessidade também de fazer diferentes diagnósticos dentro de uma mesma disciplina, como Matemática. "Uma atividade para avaliar o conhecimento sobre o sistema de numeração não se parece em nada com a que se faz quando o assunto é espaço e forma", cita Priscila Monteiro, coordenadora da Formação em Matemática da prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e formadora do projeto Matemática É D+, da Fundação Victor Civita. "Para a primeira, o desafio seria comparar diferentes valores de algarismos conforme a posição que ocupam no número.

Já em relação à segunda, o diagnóstico exige, por exemplo, descrever o trajeto desde a casa até a escola ou identificar uma figura plana específica no meio de outras." 


Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/interacoes/como-agrupo-meus-aluno