Cresce cada vez mais o número de relatos de professores quanto às dificuldades em lidar com os alunos de todas as classes sociais e econômicas, de ambos os sexos, de todas as raças e de todas as séries.
Os relatos tratam a respeito de problemas tais como: a falta de limites dos alunos, a transferência da função paterna e materna para o professor, problemas de relacionamento familiar, problemas com colegas de classe, gerando disputas, agressões verbais e até físicas e algumas vezes necessitando de intervenção policial.
Toda essa problemática nos mostra que a violência não é apenas exclusividade de algumas escolas brasileiras, pois os meios de comunicação, em massa, banalizam e incentivam de certa forma a violência como resposta a todas as dificuldades da vida.
Penso que não adianta atacar os efeitos sem destruir suas causas. Não adianta combater especificamente, por exemplo, o tráfico de drogas se não combatermos a ignorância que possibilita o surgimento de novos usuários. Não adianta combater a violência se nós mesmos não entendemos sua origem e exemplificamos inconscientemente, em nossa conduta pessoal.
Não adianta, hoje, ordenar: -Não briguem! – Silêncio! – Prestem atenção! Se não soubermos identificar as causas dessas atitudes e mostrar seus direitos negativos para aqueles que as praticam.
Isto se chama consciência, consciência de si e do mundo, das relações do melhor para mim, do que é bom e do que é belo. Significa gostar de si mesmo, significa aprender a viver melhor, a compreender e a se posicionar no mundo.
Cabe à escola, ser o espaço de continuidade desse viver melhor e aos educadores serem motivadores de transformação natural e cultural a que pertencemos.
Nelcy Oliveira dos Santos